terça-feira, 19 de julho de 2016

Romantismo no Brasil exercícios gabarito

01. Assinale os itens que caracterizam a poética romântica.
  1. (    ) Subjetivismo
  2. (    ) Exaltação dos sentimentos
  3. (    ) Repudia a realidade, daí a fuga para um mundo idealizado.
  4. (    ) Ideais libertários, democráticos e revolucionários.
  5. (    ) Aproxima-se do Barroco enquanto realiza uma poética de contraste.
  6. (    ) Ótica intimista da realidade, daí o culto do "eu".
  7. (    ) Sentimento nacionalista, exaltação patriótica e cor local.
  8. (    ) Culto dos princípios clássicos.
  9. (    ) Atitude pessimista, culto da melancolia.
  10. (    ) A morte tomada com evasão das evasões.
  11. (    ) Amor à natureza que é vista como refúgio acolhedor e com frequência aparece personificada.
  12. (    ) Idealização do indígena brasileiro tratado como símbolo da pátria, origem do país e encarna o ideal do "bom selvagem" de Rousseau.
  13. (    ) Tendência espiritualista e a crença em Deus.
  14. (    ) Tematizou o amor à mulher, ora de maneira singela e pura, ora envolvendo o sentimento em uma linguagem sensual e erótica.
  15. (    ) Desprezou os sentimentos coletivos devido ao alto grau de egoísmo que caracterizou a sua poética.
  16. (    ) Reivindicou temas políticos como guerras internas e externas e a escravidão.
  17. (    )  O medievalismo, tendência da cultura ocidental, está representado pela presença do índio.
  18. (    ) Uso do discurso nobre e eloquente, e tom declamatório.
  19. (    ) Emprego constante de metáforas, hipérboles, antíteses  e personificação.
  20. (    ) Idealizando o mundo, os personagens têm contornos de perfeição.
  21. (    ) Retoma e aprofunda alguns temas que o Arcadismo havia abordado, como o amor à mulher e o amor à natureza.
  22. (    ) O emprego de adjetivos e exclamações dão a nota do envolvimento emocional, que norteou a criação literária
  23. (    ) Desprezou as tradições populares, a fala do povo, o vocabulário indígena.
  24. (    ) Amor platônico, vassalagem amorosa, morte prematura, medo de amar, sensualismo e erotismo amoroso, são situações poéticas constantes.
  25. (    ) O eu-lírico se projeta, é comum, de maneira exagerada.

02.Numere os parênteses de acordo com as caraterísticas  que os fragmentos poéticos apresentem:
  1. Exaltação da bravura do indígena brasileiro numa tendência evidente de configuração do herói.
  2. Lamentações pelo amor impossível e desencantos do eu-lírico numa clara identificação com atitude de vassalagem do trovador medieval.
  3. A figura feminina meiga e idealizada numa poesia onde o eu-lírico tem oscilações entre a ingênua e adolescente sentimentalidade e os impulsos eróticos.
  4. A obsessão pela morte, é tomada como fuga de uma realidade que representa a dor e a existência de desencantos.
  5. O discurso inflamado com imagens fortes e vibrantes, resultado do sentimento de indignação diante de uma cruel situação.
  6. A exaltação nacionalista no discurso de idolatria das belezas naturais da terra natal.
  7. O sensualismo erótico expresso através de uma linguagem que privilegia as impressões sensoriais.

1.(    )  "É noite, pois! Durmamos, Julieta!
            Recende a alcova ao trescalar das flores,
            Fechemos sobre nós estas cortinas...
            – São as asas do arcanjo dos amores.

            A frouxa luz da alabastrina lâmpada
            Lambe voluptuosa os teus contornos...
            Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos
            Ao doudo afago de meus lábios mornos.

           Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
           Treme tua alma, como a lira ao vento,
           Das teclas de teu seio que harmonias,
           Que escalas de suspiros, bebo atento!"

                                                           (Castro Alves)


2.(    )  "Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba.
            Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;
           Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.
          Onde vai a afouta jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela?
         Onde vai como branca alcíone buscando o rochedo pátrio nas solidões do oceano?"
(José de Alencar)

3.(    ) "Se me queres a teus pés ajoelhado,
           Ufano de me ver por ti rendido,
           Ou já em mudas lágrimas banhado;
           Volve, impiedosa,
           Volve-me os olhos;
           Basta uma vez!

          Se me queres de rojo sobre a terra,
          Beijando a fímbria dos vestidos teus,
         Calando as queixas que meu peito encerra,
         Dize-me, ingrata,
         Dize-me: eu quero!
         Basta uma vez!
                                                             (Gonçalves Dias)


4.(    ) "No meio das tabas de amenos verdores,
           Cercadas de troncos — cobertos de flores,
          Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
          São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
          Temíveis na guerra, que em densas coortes
          Assombram das matas a imensa extensão.

          São rudos, severos, sedentos de glória,
         Já prélios incitam, já cantam vitória,
         Já meigos atendem à voz do cantor:
         São todos Timbiras, guerreiros valentes!
         Seu nome lá voa na boca das gentes,
         Condão de prodígios, de glória e terror!"
(Gonçalves Dias)


5.(    ) "__A flor dos meus sonhos é moça bonita
          Qual flor entre aberta no dia ao raiar;
          Mas onde ela mora, que casa ela habita,
          Não quero não posso, não devo contar!

          Oh! ontem no baile com ela valsando
          Senti as delícias dos anjos do céu!
          Na dança, ligeira qual silfo voando
          Caiu-lhe do rosto seu cândido véu!

         __Que noite e que baile! __Seu hálito virgem
         Queimava-me as faces no louco valsar
         As falas sentidas, que os olhos falavam,
         Não quero, não posso, não devo contar!

        A noite é sublime! Tem longos queixumes,
        Mistérios profundos que eu mesmo não sei:
        Do mar os gemidos, do prado os perfumes,
        De amor me mataram, de amor suspirei!

       Agora eu vos juro… Palavra! – Não minto!
       Ouvi a formosa também suspirar:
       Os doces suspiros que os ecos ouviram
       Não quero, não posso, não devo contar!

      Trememos de medo… A boca emudece
      Mas sentem-se os pulos do meu coração
      Seu seio nevado de amor se entumece
      E os lábios se tocam no ardor da paixão.

      Depois… mas já vejo que vós, meus senhores,
      Com fina malícia quereis me enganar;
      Aqui faço ponto; – segredos de amores
      Não quero, não posso, não devo contar!"
(Casimiro de Abreu)


6.(    ) "Pensamento gentil de paz eterna
          Amiga morte, vem. Tu és o termo
          De dous fantasmas que a existência formam,
          — Dessa alma vã e desse corpo enfermo.

          Pensamento gentil de paz eterna,
          Amiga morte, vem. Tu és o nada,
          Tu és a ausência das moções da vida,
          do prazer que nos custa a dor passada.

          Pensamento gentil de paz eterna
          Amiga morte, vem. Tu és apenas
         A visão mais real das que nos cercam,
         Que nos extingues as visões terrenas."
(Junqueira Freire)


7.(    ) "Era um sonho dantesco... o tombadilho
          Que das luzernas avermelha o brilho.
          Em sangue a se banhar.
          Tinir de ferros... estalar de açoite...
          Legiões de homens negros como a noite,
          Horrendos a dançar...

          Negras mulheres, suspendendo às tetas
          Magras crianças, cujas bocas pretas
          Rega o sangue das mães:
          Outras moças, mas nuas e espantadas,
          No turbilhão de espectros arrastadas,
          Em ânsia e mágoa vãs!

          E ri-se a orquestra irônica, estridente...
          E da ronda fantástica a serpente
          Faz doudas espirais ...
          Se o velho arqueja, se no chão resvala,
          Ouvem-se gritos... o chicote estala.
          E voam mais e mais...

          Presa nos elos de uma só cadeia,
          A multidão faminta cambaleia,
          E chora e dança ali!
          Um de raiva delira, outro enlouquece,
          Outro, que martírios embrutece,
          Cantando, geme e ri!

          No entanto o capitão manda a manobra,
          E após fitando o céu que se desdobra,
          Tão puro sobre o mar,
          Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
          "Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
          Fazei-os mais dançar!..."

          E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
          E da ronda fantástica a serpente
          Faz doudas espirais...
          Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
          Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
          E ri-se Satanás!..." 
(Castro Alves)
 

GABARITO:

01. Não marque: 8 / 15 / 23
02.  1(7), 2(6), 3(2), 4(1), 5(3), 6(4) , 7(5)

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