sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Exercícios -Segunda Fase do Modernismo -Prosa






PROSA BRASILEIRA - EXERCÍCIOS

I. SEGUNDO MOMENTO DO MODERNISMO NO BRASIL - PROSA

1.Costuma-se dividir o movimento modernista em três fases ou momentos com características próprias. Também seus escritores são reunidos em três gerações, a de 22, a de 30 e a de 45. Como você caracterizaria o segundo momento modernista?

2. Cite algumas semelhanças e diferenças entre a literatura regionalista do segundo momento modernista e a literatura realista do século XIX.

3.(FCC/SP)
Relacionando o período literário que se inicia em 1928 ao período imediatamente anterior, podemos dizer que:

a) a década de 30 é continuação natural do movimento de 22, acrescentando-lhe o tom anárquico e a atitude aventureira;
b) o segundo momento do Modernismo abandonou a atitude destruidora, buscando uma recomposição de valores e a configuração de nova ordem estética;
c) a década de 20 representa uma desagregação das ideias e dos temas tradicionais; a de 30 destrói as formas ortodoxas de expressão;
d) as propostas literárias da década de 20 só se veriam postas em práticas do decênio seguinte;
e) o segundo momento do Modernismo assumiu como armas de combate o deboche, a piada,o escândalo e a agitação.

(UFSCar-SP) Para responder às questões de números 4,5 e 6, leia o trecho extraído de Gabriela, cravo e canela, obra de Jorge Amado.
    O marinheiro sueco, um loiro de quase dois metros, entrou no bar, soltou um bafo pesado de álcool na cara de Nacib e apontou com o dedo as garrafas de “Cana de Ilhéus”. Um olhar suplicante, umas palavras em língua impossível. Já cumprira Nacib, na véspera, seu dever de cidadão, servira cachaça de graça aos marinheiros. Passou o dedo indicador no polegar, a perguntar pelo dinheiro. Vasculhou os bolsos o loiro sueco, nem sinal de dinheiro. Mas descobriu um broche engraçado, uma sereia dourada. No balcão colocou a nórdica mãe-d’água, Yemanjá de Estocolmo. Os olhos do árabe fitavam Gabriela a dobrar a esquina por detrás da Igreja. Mirou a sereia, seu rabo de peixe. Assim era a anca de Gabriela. Mulher tão de fogo no mundo não havia, com aquele calor, aquela ternura, aqueles suspiros, aquele langor. Quanto mais dormia com ela, mais tinha vontade. Parecia feita de canto e dança, de sol e luar, era de cravo e canela. Nunca mais lhe dera um presente, uma tolice de feira. Tomou da garrafa de cachaça, encheu um copo grosso de vidro, o marinheiro suspendeu o braço, saudou em sueco, emborcou em dois tragos, cuspiu. Nacib guardou no bolso a sereia dourada, sorrindo. Gabriela riria contente, diria a gemer: “precisava não, moço bonito ...” 
    E aqui termina a história de Nacib e Gabriela, quando renasce a chama do amor de uma brasa dormida nas cinzas do peito.

4. No texto, o autor relaciona a cultura nacional à estrangeira, buscando, por meio da comparação, estabelecer equivalências entre elas. O trecho do texto que indica esse tipo de comparação é 
a) "Passou o dedo indicador no polegar  [...]" 
b) "[...] servira cachaça de graça aos marinheiros. "
c) "No balcão colocou a nórdica mãe-d’água [... ]"
d)"[ ...] e apontou com o dedo as garrafas de 'Cana de Ilhéus'. "
e) "Um olhar suplicante, umas palavras em língua impossível."


5. A oração Vasculhou os bolsos o loiro sueco, com a substituição do complemento verbal por um pronome oblíquo, equivale a
a) Vasculhou-o os bolsos. 
b) Vasculhou-se o loiro sueco. 
c) Vasculhou-lhe os bolsos.
d) Vasculhou-lhes o loiro sueco. 
e) Vasculhou-os o loiro sueco. 

6. Assinale a alternativa que contém um trecho em que o autor apresenta as informações numa linguagem altamente conotativa. 
a)"[ ...] soltou um bafo pesado de álcool na cara de Nacib [...]" 
b) "Os olhos do árabe fitavam Gabriela a dobrar a esquina [...]" 
c) "Já cumprira Nacib, na véspera, seu dever de cidadão [...]" 
d) "Mas descobriu um broche engraçado, uma sereia dourada." 
e) "Parecia feita de canto e dança, de sol e luar, era de cravo e canela."

 (PUCC-SP) Texto para as questões 7, 8 e 9.
    Concebendo a "cultura" no sentido de Gilberto Freyre  como expressão global da vida política  e do espírito, social e individual, vital e humana, pode-se dizer que José Lins do Rego é a expressão literária da cultura da sua terra; é mais da terra que dos livros. É a consciência literária da casa-grande e da senzala, dos senhores de engenho e dos pretos, dos bacharéis e dos moleques, de todo um mundo agonizante. Foi ontem, isso? Ou é ainda hoje assim, ou vive apenas na sua memória incomparável? 

(Otto Maria Carpeaux. O brasileiríssimo José Lins do Rego. Prefácio a "Fogo morto") 

7. O mandonismo local esteve presente na sociedade brasileira desde o período colonial e adquiriu a forma de "coronelismo" após a proclamação da República e vinculou-se à existência
a) da produção cafeeira, da expansão urbana e da política do café-com-leite.
b) do poder oligárquico, do positivismo e da militarização do governo.
c) da produção de cana-de-açúcar, do voto censitário e do regime parlamentar.
d) do voto de analfabetos, da maçonaria e da política dos governadores.
e) do latifúndio, da troca de favores e do voto de cabresto.

8.A expressão "mundo agonizante", utilizada por Otton Maria Carpeaux, aplica-se à decadência dos engenhos de cana-de-açúcar , assim como a expressão


a) "cultura da sua terra" aplica-se ao compromisso nacionalista que José Lins do Rego enunciou como
modernista de 22.
b) "é mais da terra que dos livros" aplica-se ao refinamento da arte experimental de José Lins do Rego.
c) "consciência literária da casa-grande" aplica-se aos propósitos politicamente revolucionários de José Lins do Rego.
d) "Ou é ainda hoje assim?" aplica-se à hipótese de que José Lins do Rego não se dava conta da decadência dos engenhos.
e) "sua memória incomparável" aplica-se ao registro em que é conduzida a narração de Menino do engenho.

9.As formulações feitas por Otto Maria Carpeaux a respeito da literatura de José Lins do Rego podem e devem ser compreendidas dentro de um quadro e de uma época da nossa literatura em que também desponta 

a) a dramaturgia revolucionária de Nelson Rodrigues, que encontra seu ponto culminante na histórica encenação de Vestido de noiva. 
b) o regionalismo pitoresco de São Bernardo, no qual Graciliano Ramos dá curso a saborosas descrições de tipos malandros e oportunistas.
c) a agilidade narrativa de Jorge Amado, com a qual ele deu expressão a um outro importante ciclo econômico regional. 
d) o talento épico de Guimarães Rosa, com o qual o autor de Grande sertão: veredas dá continuidade aos projetos nacionalistas de 22. 
e) o experimentalismo da prosa de vanguarda, com o qual Oswald de Andrade abriu uma nova perspectiva para a interpretação da cultura nordestina.

10. (UFBA-BA)

    Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de Sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente de juros.
    Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria.
    O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.
    Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra.
                        (Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1974.)
Com base no contexto da obra, pode-se afirmar que há correspondência entre o trecho transcrito  e a afirmativa destacada ao lado de cada um. Assinale as proposições verdadeiras, some os números a elas associados e marque o resultado.
(01)"deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher."(l. 2-4) - Fabiano, na condição de herói, serve-se de sinhá Vitória para projetar-se como figura masculina.
(02)"Sinhá Vitória mandou os meninos para o barreiro" (l. 4-5) - Atitude reveladora de uma educação protetora, que considera a criança como um sujeito portador de desejos e necessidades que devem ser respeitados.
(04)"sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições." (l. 5-7) - Afirmações que revelam uma posição de superioridade da mulher, do ponto de vista da habilidade e do conhecimento.
(08)"Com certeza havia um erro no papel do branco." (l.15-16) - O termo "branco" conota posição social.
(16)"Fabiano perdeu os estribos." (l.17) e "Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou."(l.25) - Fabiano reage contra a exploração social e recua em nome da sobrevivência.
(32)"Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!" (l.20-21)e "O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda." (l.22-24) - Uma mesma qualidade é vista pelo dominado e pelo dominador sob uma perspectiva semelhante.
(64)"Um cabra." (l.29) - Exemplifica um regionalismo de linguagem em que a personagem revela consciência de estratificação social
Resultado:_______

(PUC / RS) Leia o texto que segue e responda às questões 11 e 12.
    Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala.
    Arrastaram-se para lá, devagar, sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.

11.Tendo como base o trecho em questão, é correto afirmar que a viagem de Fabiano, Sinhá Vitória, os filhos e a cachorra Baleia caracteriza-se:

a) pelo desânimo, pela aflição e pela imprudência.
b) pelo sentimentalismo exacerbado e impactante.
c) pelo otimismo, apesar da fome e da frustração.
d) pela desventura, pelo infortúnio e pela privação.
e) pela tragédia, pelo realismo e pelo esforço compensado.

12. (PUC / RS)
O texto em questão pertence a "Vidas secas", de Graciliano Ramos, obra que
surge num período em que a literatura percorre caminhos muitos peculiares.
Todas as características estão associadas a esse período, EXCETO:

a) a verossimilhança.
b) a análise psicológica.
c) o regionalismo.
d) o coloquialismo.
e) o sentimentalismo.

13. (UESPI-PI)  Assinale a alternativa correta sobre o Modernismo Brasileiro, na década de 30.

a) O movimento viu esgotados seus ideais estéticos e retomou uma arte conservadora. 
b) Surgiu a narrativa que tomou a designação de Romance Regional, baseado sobretudo na realidade nordestina. rural. 
c) A poesia não se renovou, cedendo à estética parnasiana. 
d) O romance não foi um gênero praticado, nem o conto. 
e) Surgiu o Concretismo, dando lugar ao poema objeto.





GABARITO.
1. Depois de vencida a primeira fase do Modernismo, rebelde e provocadora, que se concentrou na ruptura com a temática e os padrões formais convencionais,a segunda fase buscou, sobretudo,a tomada de consciência da realidade nacional.Os problemas sociais e econômicos de diversas regiões do país passaram a ser objeto de uma literatura, nesse momento, menos preocupada com as inovações formais.

2. Esses movimentos literários tinham em mira retratar a sociedade objetivamente e fazer a crítica de seus valores. Mas os realistas basearam-se nas teorias do cientificismo, do determinismo, do positivismo, para expor as mazelas da sociedade burguesa. Já os escritores regionalistas, ao analisar  problemas como a distribuição desigual da riqueza, das terras ou o analfabetismo, inspiraram-se nos conceitos do marxismo.

3.(B)

4. (C) No trecho transcrito, duas mitologias são aproximadas através das figuras da "sereia nórdica" representada no broche e da divindade afro-brasileira Iemanjá. 

5. (E) Na oração sob análise, "os bolsos" é objeto direto de "vasculhar", sendo, pois, substituível pelo pronome oblíquo átono "os"; "o loiro sueco" é sujeito.

6. (E) No trecho transcrito na alternativa a, "pesado", em "bafo pesado", é uma metáfora sinestésica, mas tal figura não faz que a linguagem da frase possa ser considerada "altamente conotativa". A descrição contida na alternativa e é inteiramente vazada em linguagem figurada, conotativa, pois são metafóricos todos os predicados atribuídos a Gabriela.

7.(E)
8.(E)
9.(C)
10. 04+ 08+ 16+64= 92
11.(D)
12.(E)
13.(B)




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