sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

MORTE E VIDA SEVERINA - EXERCÍCIOS COM GABARITO

Publicado em 1956, Morte e vida severina chegou ao público quando foi encenado com o subtítulo "Auto de natal pernambucano".


O rio (fragmento)
Notícia do Alto Sertão
Por trás do que lembro,
ouvi de uma terra desertada,
vaziada, não vazia,
mais que sêca, calcinada.
De onde tudo fugia,
onde só pedra é que ficava,
pedras e poucos homens
com raízes de pedra, ou de cabra.
Lá o céu perdia as nuvens,
derradeiras de suas aves;
as árvores, a sombra,
que nelas já não pousava.
Tudo o que não fugia,
gaviões, urubus, plantas bravas,
a terra devastada
ainda mais fundo devastava.
(João Cabral de Melo Neto)

1. É possível identificar alguma regularidade no número de sílabas poéticas e nas rimas?
2. Quanto a composição morfossintática, transcreva:
a) os versos que se encontram no imperfeito do indicativo.
b) os substantivos.
c) os adjetivos.
3. João Cabral trabalha com seres e objetos  que, à primeira vista, estão muito distantes  da poesia. Procure alguns dele nesse poema.
4. A ‘cena” evocada pelo eu-lírico é estática ou dinâmica? Por quê?

GABARITO 

1. São 6 ou 7 sílabas poéticas e alternam-se quase regularmente as rimas /ia/; /ada/; /ava/
2. a) fugia; ficava; perdia; pousava; devastava.
2.b) terra; pedra; pedras; homens; raízes; cabra; céu; nuvens; aves; árvores; sombra; gaviões; urubus; planta.
2.c) (terra): desertada; vazia; não vazia; seca; calcinada e devastada.
3. Pedra, seca, urubu, gaviões.
4. A sensação de perda, de devastação atribuída à cena uma aparente estaticidade, porém, a fuga generalizada – de nuvens, árvores, sombra – remete a um movimento que culmina com a palavra “devastada” (pretérito imperfeito do indicativo denotando uma ação predatória que se prolongou no passado




Referências:  Português - na trama do texto - Ftd

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